1. Citação no texto
As citações no estilo APA 7ª edição têm como finalidade identificar ideias ou informações retiradas de autores específicos. Elas são estruturadas pelo formato autor-data, podendo ser inseridas na narrativa ou entre parênteses. Por exemplo, uma citação em narrativa pode ser apresentada como “Mourão (2001) explora...”, enquanto a mesma ideia entre parênteses seria (Mourão, 2001). Esse modelo facilita o reconhecimento imediato da autoria e da temporalidade da informação, promovendo clareza e rastreabilidade acadêmica (American Psychological Association, 2020).
2. Ordem de apresentação de citação no texto
A ordem de apresentação das citações segue regras específicas dependendo do número de autores ou tipo de autoria. Trabalhos de um só autor aparecem como (Silva, 2020), enquanto dois autores são citados como (Vieito & Maquieira, 2013). Para três autores ou mais, utiliza-se a abreviação “et al.”, como em (Bastos et al., 2012). No caso de coletividades como autores, cita-se inicialmente com o nome completo seguido da sigla, como (Instituto Politécnico de Viana do Castelo [IPVC], 2005) e, nas vezes seguintes, apenas (IPVC, 2005) (Barros, 2014).
3. Citação indireta
A citação indireta, também chamada de paráfrase, consiste na reformulação de ideias de outro autor com palavras próprias. Essa forma é a mais utilizada, pois permite discutir, comparar e sintetizar conhecimentos sem copiar o texto original. Por exemplo, pode-se escrever que a valorização cultural tornou-se preocupação recorrente em contextos sociais contemporâneos (Marques, 2020). Segundo Mourão (2001), esse tipo de citação confere fluidez argumentativa ao texto científico e facilita a integração crítica da literatura.
4. Citação direta breve
Uma citação direta breve transcreve literalmente até 39 palavras do texto original e deve incluir o sobrenome do autor, ano de publicação e a página, como por exemplo: “Como a chama terna de uma vela, era assim que eu via pessoas, animais, geografias várias” (Mourão, 2001, p. 10). A fidelidade ao conteúdo, pontuação e grafia do original é essencial, mesmo que haja erros ortográficos. Esta prática é especialmente útil para destacar trechos significativos com precisão (Tavares, 2020).
5. Citação direta extensa
Quando a citação direta ultrapassa 40 palavras, ela deve ser apresentada em bloco, com recuo de 1,27 cm e sem aspas. A autoria e a paginação vêm após o ponto final. Um exemplo é o seguinte trecho:
Se atendermos aos vários períodos da vida adulta, à partida poderíamos supor que a maior quantidade de mudança está associada à primeira metade da vida adulta (ou seja, jovens adultos) e que à medida que se avança no ciclo de vida, a probabilidade de mudança vai diminuindo. (Bastos et al., 2012, p. 107).
Esse recurso oferece ênfase argumentativa e densidade interpretativa (Neves et al., 2018).
6. Citação de fontes secundárias
Quando a obra original não está acessível, cita-se uma fonte secundária. Nesse caso, o autor original é mencionado, mas a referência completa será da fonte consultada. Por exemplo: Liljedahl (2016) citado por Vale e Barbosa (2020) defendem a implementação de “salas de aula pensantes” (thinking classroom, p. 5). Essa prática é recomendada apenas em situações excepcionais, respeitando a fidedignidade e transparência da informação (Vale & Barbosa, 2020).
7. Dois ou mais trabalhos do mesmo autor dentro dos mesmos parênteses – Anos diferentes
Quando se citam vários trabalhos do mesmo autor com anos diferentes, apresentam-se as datas por ordem cronológica. Por exemplo: (Mourão, 1990, 2001). Na narrativa, o mesmo autor pode ser citado como “Mourão (1990, 2001) explora diferentes fases...”. Essa ordenação permite observar a evolução do pensamento do autor ao longo do tempo (Mourão, 2001).
8. Dois ou mais trabalhos do mesmo autor dentro dos mesmos parênteses – Mesmo ano
Se os trabalhos são do mesmo ano, adicionam-se letras após o ano para distingui-los: (Vieito et al., 2008a, 2008b). Na narrativa: “Vieito et al. (2008a, 2008b) apontam distintas abordagens...”. Essa diferenciação deve ser refletida também na lista de referências. Tal prática demonstra rigor e evita confusões na correspondência entre citações e fontes (Vieito & Maquieira, 2013).
9. Dois ou mais autores dentro dos mesmos parênteses
Para citar trabalhos de diferentes autores em simultâneo, ordena-se alfabeticamente os sobrenomes e separa-se por ponto e vírgula, como: (Barros, 2014; Mourão, 2001). Esse modelo é útil ao apresentar consenso ou contrastes teóricos. Segundo Fernandes e Vale (2020), esse tipo de citação enriquece o diálogo entre diferentes contributos acadêmicos e amplia a base de sustentação da argumentação.
10. Regras para citações sem autor
Em casos em que o autor não está disponível, utiliza-se o título abreviado do documento e o ano: (“Guia do estudante,” 2005). No texto narrativo, escreve-se: “O Guia do estudante (2005) estabelece critérios...”. Essa adaptação assegura a rastreabilidade mesmo em obras anônimas, sendo recomendada para normas, relatórios ou legislação (Instituto Politécnico de Viana do Castelo, 2005).
11. Considerações sobre a integridade das citações
Independentemente do tipo de citação, é essencial que o conteúdo citado esteja fielmente representado e que a fonte original seja corretamente referenciada. A transparência metodológica e a consistência na aplicação das normas de citação aumentam a confiabilidade do texto acadêmico. Tavares (2020) reforça que o uso ético das fontes evita plágio e promove a honestidade intelectual.
12. Conclusão: importância da correta aplicação das normas APA
A aplicação adequada das normas APA 7ª edição não só garante a padronização do trabalho científico como também permite a validação e reprodutibilidade dos dados utilizados. Como salientam Bastos et al. (2019), seguir normas de citação fortalece o vínculo entre o pesquisador e a comunidade científica, evidenciando o respeito pela autoria intelectual e promovendo a integridade na produção do conhecimento.
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